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sábado, 18 de março de 2017

Lanço ou passo-lhe a bola?

Jogo de Basquetebol num célebre fim de tarde e… adensa-se o dilema! Numa das muitas brincadeiras “Pais e filhos” da época, a jogar ao meu lado, percebi que “ele” cruzou os braços, embaraçado. Eu tinha feito um figurão… ressalto ganho e drible no chão, bola por trás das costas, mais uma revienga… e a concorrência tinha ficado para trás! Estranhamente não me acompanhou, por mais que o incentivasse não acompanhava o meu ritmo e eu esperava, evadido por um pensamento: Lanço ou passo-lhe a bola?

Começo por balizar a minha intervenção, sou Pai e sou Treinador. Não daqueles de bancada, estou mesmo no campo com os meus jogadores! Esta condição qualifica-me apenas para refletir sobre as minhas práticas, que não são boas nem más, são as minhas, ficando a validade das mesmas dependente das diferentes “consciências práticas”.

Comecemos por referir que o papel dos pais no desporto está mais ou menos delimitado entre o “útil” e o “evitável”. Estarão os Clubes reféns do envolvimento dos Pais na atividade desportiva dos seus filhos? Será que existe um grau ótimo de envolvimento e comprometimento dos pais? E os filhos… será que gostam de ter os pais a acompanhá-los de perto no desporto?
É um dado incontornável, a influência crescente e o papel ativo que os Pais assumem nas Instituições Desportivas onde os seus filhos praticam Atividade Física, quer por iniciativa dos próprios, quer por necessidade da instituição. Assumindo o papel de dirigentes, seccionistas e até motoristas, quando a sua atividade não é devidamente enquadrada, em pouco tempo, procuram envolver-se em decisões fora do seu domínio, “asfixiando” muitas vezes a autonomia dos seus filhos. A pressão parental e o receio acerca das apreciações negativas, constitui uma das suas principais fontes de constrangimento e é um dos problemas que mais lhes germinam ansiedade. O tempo investido, os recursos gastos e as espectativas criadas em torno da prática desportiva do jovem, contribuem, em casos extremos, a um estado de esgotamento físico e mental, que a literatura especializada denomina de “burnout”. Á medida que a pressão parental aumenta, a criança sente-se sobrecarregada e refém do papel de atleta, podendo no futuro, conduzir ao abandono precoce da prática desportiva.
Em sentido contrário, concorre o envolvimento parental que não coloca pressão sobre supostas carreiras desportivas, preocupando-se apenas com o bem-estar do jovem praticante e procurando, com comportamentos positivos, contribuir para o aumento da autoestima. A pergunta no final de um jogo deverá ser: Filho, divertiste-te? Procurando reações afetivas e emocionais positivas sobre o que acabou de acontecer, deixando as correções e o papel de treinador, para quem tem de o desempenhar. Dar ênfase e importância ao esforço, ao prazer proporcionado pela prática desportiva e não apenas à vitória.
A maioria dos pais tem um papel relevante no contributo que dão para criar um ambiente agradável de prática desportiva. Existe no entanto, uma pequena franja que grita muito com todos os agentes do jogo, outros que apoiam incondicionalmente e são demasiado positivos, há os que passam a vida a tirar notas sobre os desempenhos e os pontos marcados, ainda os que vivem os seus sonhos através dos filhos e encaram essa prática como se fossem eles os praticantes, os que estão tão ocupados com as notícias dos jornais e a falar ao telefone e que não prestam atenção ao desempenho dos filhos e por último, os que centram a sua atenção no esforço do jovem e não no resultado do desempenho.
O envolvimento parental realista sobre o rendimento desportivo, encoraja e apoia o esforço realizado pelos seus filhos enquanto atletas, raramente responde com apreciações negativas perante prestações desportivas menos boas e contribui para o aumento do prazer pela prática desportiva, reduzindo os episódios de ansiedade. Não se sentir confundido, envergonhado ou zangado com as derrotas do seu filho, transmitir que, quer ele perca ou ganhe, continua a gostar dele e que não está desiludido devido aos seus resultados desportivos, são premissas essenciais. Devem todos os Pais revelar autocontrolo, ponderação e equilíbrio emocional nas competições (ex. evitar gritar com os atletas, treinador ou dirigentes).

Termino como comecei: Lanço ou passo-lhe a bola? é um dos dilemas fundamentais que os pais têm muitas vezes de enfrentar. Não depositar as suas espectativas nos ombros da criança e perceber onde está o limite do razoável na relação com um filho desportista, é um desafio de aprendizagem e portanto, demorado, que se "treina" e é feito de avanços e recuos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

"Pai que estás a fazer? Não sei como te dizer!?


Certamente achas que o fazes para meu bem, mas não consigo deixar de me sentir estranho, incomodado, mal. Ofereceste-me a bola quando ainda estava a aprender a andar. Ainda não andava na escola quando me inscreveste no clube. Gosto de treinar durante a semana, brincar com os colegas e jogar ao domingo, com fazem os mais velhos.
Mas quando vais aos jogos... não sei. Já não é como dantes. Agora não me dás uma palmada quando o jogo acaba, nem me convidas para tomar qualquer coisa. Vais até à "bancada" pensando que são todos teus inimigos. Insultas os árbitros, os treinadores, os jogadores, ou outros pais...
Porque mudaste? Acho que sofres e não compreendo. Dizes-me que sou o melhor, que os outros não valem nada ao meu lado, que quem disser o contrário está enganado e que só ganhar é que conta.
O treinador que dizes que é incompetente, é meu amigo, foi ele que me ensinou a divertir enquanto jogo. O rapaz que no outro dia jogou no meu lugar... Lembras-te? Sim pai, aquele que criticaste durante toda a tarde, dizendo que "não serve nem para levar o saco das bolas". Esse rapaz é da minha turma, Na segunda-feira, quando o vi, fiquei com vergonha. Não quero decepcionar-te. Às vezes penso que não sou suficientemente bom, que não vou chegar a profissional e ganhar muitos milhões, como tu queres.
SUFOCAS-ME. Até já pensei deixar de jogar, mas... Gosto muito!
PAI, POR FAVOR, NÃO ME OBRIGUES A PEDIR-TE PARA NÃO VIRES VER OS MEUS JOGOS."
(Li este texto em vários locais, mas não consigo identificar o autor... por ter gostado muito, partilho...)

quinta-feira, 28 de março de 2013

"A Escolinha"

Contaram-me há tempos sobre uma escola… “com salas de aula vividas”, assente nos afetos, compromissos, cumplicidades e responsabilidades, quase como uma extensão do seio familiar (promovendo a diferença das demais), onde o aluno é visto como um ser que interage, cria laços e afinidades com os seus pares e com as pessoas que zelam e contribuem para a sua educação e formação.
No fundo, um complemento da família, um eficaz meio de transmissão de valores e um poderoso agente de formação, na qual a criança satisfaz as suas necessidades de relacionamento e assimila o aporte cultural, num ambiente que difere pouco do universo familiar, ainda que com um conjunto de regras diferentes. Respeitando numa fase inicial, o facto de a criança alternar entre o estatuto de filho no quadro das interações familiares com o estatuto de aluno no quadro das interações escolares, traços que se esbatem com a proximidade dos relacionamentos e afetos com as suas novas referências, integrando e valorizando as suas diferenças.
Um conceito de boas práticas que permite aos Encarregados de Educação depositarem a sua confiança, cientes da importância dos valores transmitidos e das Figuras de Referência que tratam os alunos pelo nome próprio, os percebem na cumplicidade de um olhar, compreendem as suas inseguranças e conhecem as suas preferências, resultando num saber mobilizável para as suas práticas. Um espaço onde se respira liberdade e criatividade… diziam-me! Onde a empatia criada e os afetos estabelecidos potenciam o conhecimento e reforçam a eficiência das práticas, apoiando os alunos nas suas buscas e descobertas, nas aprendizagens, na construção da personalidade e carácter, através de metodologias diferenciadas e estratégias adequadas e suficientemente motivantes.
Interrompi bruscamente quem me estava a pintar um quadro tão cor-de-rosa… Como poderia ser? Percebi no gaguejar posterior, que afinal estávamos a falar de uma daquelas escolas, que ao contrário da pública, só escolhe “os problemas que quer ter”, promove exames de admissão, endeusa os rankings e exclui os que não contribuem para ele, não conhece o quadro das necessidades educativas especiais e onde realmente os Encarregados de Educação depositam a sua confiança… e pequenas fortunas mensais!
A minha escola não é assim! Deixou de ser como a do meu avô, fria e implacável e que formava cidadãos acríticos, para ser excessivamente liberal, onde se promove o facilitismo e aligeiram programas, se combate a aliteracia de forma cega e se certifica a granel. Onde a pedagogia diferenciada se transformou na pedagogia de massas e os objetivos motivantes em metas (mínimos) a atingir. Como pode o professor tirar dúvidas com trinta alunos na sala de aula?
Só através do profundo conhecimento do aluno se elaboram materiais didáticos minuciosamente personalizados, que se constituam como um desafio à superação das dificuldades e a elevação das capacidades, de acordo com competências adquiridas, da tendência de prestação de cada criança e do seu ritmo de aprendizagem (forma como apreende informação e progride), selecionando objetivos ambiciosos (o mais possível) que respeitem as diferentes possibilidades.
Na minha escola existe uma amálgama de vicissitudes e de interesses divergentes, onde quem quer ser doutor convive com a realidade social…

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Crato tira “coelho” da cartola…

Num País que exibe a segunda maior taxa de obesidade e sobrepeso da Europa e uma menor prevalência de hábitos de vida saudável e práticas de actividade física regular, obriga mais uma vez o vagaroso «gasparzinho» o Ministério da (des)Educação a tirar um «coelho» da cartola, apresentando uma matriz curricular descuidada, irresponsável e debilmente argumentada em aspectos económicos. Reforço a tónica de uma matriz descuidada e irresponsável porque se a curto prazo vai utopicamente reduzir custos, à custa da redução da carga horária e consequentemente da redução do número de professores contratados, a médio e longo prazo vai promover o dispêndio de avultados recursos financeiros na área da saúde, concorrendo exponencialmente para a redução da qualidade de vida dos portugueses.
«Consagra-se, ainda, o termo da possibilidade de redução da carga horária semanal na disciplina de Educação Física, por se considerar estarem reunidas as condições logísticas para que esta disciplina funcione com duas unidades lectivas semanais.» Revela-nos mais uma vez o titular do Ministério supra exposto, do alto da sua altivez e sapiência inatacável, continuando com dificuldade em “dobrar a espinha” e “sair do gabinete”, contribuindo com medidas adaptadas a uma realidade que apenas existe na sua cabeça. Mas afinal o que querem estes iluminados? Estão reunidas condições logísticas para que esta disciplina funcione com duas unidades lectivas semanais… !?!? Estão reunidas duas, três e até quatro vezes semanais concorrendo com uma recente resolução da Assembleia da República Portuguesa, que reconhece a necessidade de se reforçar a actividade física da população em idade escolar.
Perante este quadro de condicionalismos, se equacionarmos uma hipotética redução das horas disponíveis que desde há muito vigoram, não podemos deixar de constatar uma impossibilidade objectiva de levar a cabo qualquer programa que tenha como alvo a obtenção de efeitos concretos quer a nível das alterações a produzir no organismo (melhoria da aptidão física, elevação das qualidades físicas) quer ao nível da aquisição dos conhecimentos e dos hábitos de actividade física necessários a uma vida saudável, hipotecando ao mesmo tempo a aquisição de posturas de comprometimento na tarefa, de superação e domínios das capacidades cognitivas, psicossociais e do bem estar psicológico, traduzidas em sentimentos de satisfação, felicidade e envolvimento.
Ignorando todas as recomendações e estudos científicos, à medida que a idade cronológica avança, a população infanto-juvenil tendencialmente perde hábitos e práticas de actividade física e vê agora reforçada esta atitude nas demandas deste Ministério, que reduzindo o número de horas lectivas da única área do currículo escolar que combate esta tendência, contraria todas os avisos da Organização Mundial de Saúde.
Uma forma astuta, sem pré-aviso, sem discussão, sem justificação... a surdina ministerial propõe-se a reduzir mais ainda o número de horários de professores, a todo o custo, continuando a canalizar impunemente o erário público para duvidosas parcerias público-privadas, BPN’s, reformas luxuosas, ajudas de custo principescas e afins!

sábado, 14 de abril de 2012

Igualdade descaracterizada...

Pais, alunos, professores e directores em uníssono contra mais uma (des)medida governamental. Este embuste criado pelo Ministério da Educação e Ciência, consubstanciado em estatísticas da OCDE, não é mais do que uma norma orçamental, silenciosa e «vagarosamente» imposta pelo Ministério das Finanças. Acredita o Ministério da Educação e Ciência que a qualidade das aprendizagens dos alunos é directamente proporcional ao aumento do número de alunos por turma? Ou será antes que, o Ministério das Finanças acredita que aumento do número de alunos por turma é directamente proporcional à redução do número de turmas e, portanto, também o número de professores?
Outra alteração anunciada é a possibilidade dos pais escolherem a escola que os filhos frequentarão. Parece inofensivo e ao encontro das preocupações dos Encarregados de Educação deste País, que no dever das suas funções procuram sempre o percurso escolar mais estimulante e adaptado às necessidades do seu educando, mas na prática, esta “possibilidade” contribuirá efectivamente para que sejam as escolas, na figura do seu Director refugiado em “critérios pedagógicos”, a admitir ou excluir os alunos da frequência do seu estabelecimento. Cria assim o Ministério da Educação e da Ciência a “possibilidade” das escolas oficiais escolherem alunos com base em resultados académicos e origem social, caminhando para as famigeradas turmas de elite (nível) e num futuro mais próximo do que se possa imaginar, escolas de elite. Mas o Ministério das Finanças, também aqui, tem uma palavra a dizer… salvaguarda o diploma que «caso o estabelecimento escolhido não seja na área de residência, as despesas que essa opção possa significar ficam por conta do encarregado de educação ou do aluno, desde que a escola da zona onde reside tenha o percurso formativo desejado.» Brilhante!
Certamente que vamos assistir às ditas turmas de elite, a nata da nata, os filhos dos senhores, os primos e amigos dos senhores e os filhos dos professores! Depois as turmas “ditas médias”, com o perfil de aluno predominante o do aluno com um ritmo de aprendizagem menor que a elite e onde preferencialmente serão trabalhadas as competências práticas e em contexto de trabalho, que futuramente integrarão a classe trabalhadora, aspirando quando muito a serem mão de obra especializada. Por último, as turmas que a “prata da casa” da classe docente jamais quererá leccionar, onde abundarão indivíduos com interesses divergentes dos escolares, sem competências sociais e com um conjunto de actividades ilícitas no currículo. Imaginem só trinta alunos do calibre dos últimos, numa sala de aula, com alguém a tentar leccionar seja aquilo que for, só me ocorre uma história da minha infância, Alibabá e os trinta Ladrões! Sim eu sei que são quarenta ladrões, mas é só uma questão de tempo até que alguém «vagarosamente» decida, para outro alguém anunciar que serão quarenta por turma…
Legitimar a segregação clássica, de forma dissimulada em turmas de uma pseudo elite ou simplesmente a aplicação natural de uma pedagogia diferenciada, atendendo às necessidades e interesses dos alunos, compreendendo-os em si mesmo e com diferentes ritmos de aquisição de aprendizagens e competências, portanto sujeitos idiossincráticos.
Assiste-se a esta discrepância entre as políticas educativas e a sua aplicabilidade prática nas escolas, provocada por quem, do alto da sua altivez e sapiência inatacável, tem dificuldade em “dobrar a espinha” e “sair do gabinete”, abrigando-se em tendências contraditórias, entre massificação e elitização em nome da excelência académica, contribuindo para aos diferentes posicionamentos ideológicos nas distintas comunidades educativas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

«Eu tenho direito à igualdade, quando a diferença me inferioriza. Eu tenho direito à diferença, quando a igualdade me descaracteriza.»


Boaventura Sousa Santos

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Currículum Vitae... credenciada por "Novas Oportunidades"!

Crido Cenhor,

Quero candidatarme pro logar de ceqretária que vi no jurnal. Eu Teclo muito de pressa con um dedo e fasso contas de sumar.

Axo que sou boa ao tefone em bora seija uma peçoa do povo,
Tou á respondere ao luguar de ceqretária, que li no jurnal

O meu selário tá aberto há discução pra que possa ver o que me quer pagar e o Cenhor aja qu’eu meresso,
Pósso cumessar
imediatamente. Agradessida em avanso pela sua resposta.

Cinceramente,
Kátia Vanessa Estrela
PS : Proque o meu currico é muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.

Resposta do Empregador:
Querida Kátia Vanessa,
Não tem mal amor... nós temos software apetrechado com correcção automática. A menina começa já amanhã!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Desacordo Ortográfico!


“Anacronismo” e “fidelidade à dicção” são os conceitos que justificam a pretensão de “honrar” os compromissos do acordo ortográfico de 1991, defendem os lóbis económicos e aqueles que lhe devem subserviência, conjecturando que o prazo de seis anos de transição é razoável para a adaptação às modificações previstas. Tanto tempo? Se é mais uma imposição desta desgovernação, pois bem, eu não necessito de seis anos… Amanhã, apressar-me-ei para informar os meus alunos que Brasil mudou para Braziu e Portugal para Porrtugau, afinal as formas escritas deverão acompanhar e espelhar fielmente a dicção.
Património cultural e amor à língua de Camões são as motivações que me movem contra este acordo, não sofro de qualquer tipo de “sobranceria colonialista”, de quem não quer que nada mude, tenho plena consciência que a Língua Portuguesa tem sofrido alterações, mas porque é que temos de nos aculturar?
Recuso esta tentativa de aculturação. Tal como me recuso a aceitar que grande parte das vogais agora fechadas, tendam a abrir num futuro próximo, em nome da adopção cega de uma grafia comum. Dizia num tom enfático um colega: - “O cágado está de facto no jardim”, antes do acordo, porque depois: - “O cagado esta de fato no jardim”. Como podem afirmar que os “c” antes de uma consoante são “tiques” inócuos?
Não somos donos da lusófonia mas, pessoalmente, gostaria muito de acreditar que mandamos na língua que falamos no nosso país.

terça-feira, 25 de março de 2008

Noves fora... nada!

A Educação, atendendo à sua pretensão mais simples, é um fenómeno de transmissão, apropriação e perpetuação de produtos culturais, inerentes a uma sociedade, assente em metodologias pedagogicamente coerentes, apresenta-se como veículo promotor de participação e transformação social. Como processo, pressupõe dois conceitos básicos que são ensinar e aprender, estando estes papéis confinados a sujeitos diferentes, devidamente sustentados em atitudes de respeito mútuo, valorizando a singularidade de cada indivíduo, as características que o constituem, bem como os princípios que norteiam esta hierarquia. Nesta minha visão simplista, existe lugar ainda para as convicções políticas de que está revestida a educação, no entanto, estas nunca deverão influenciar o processo negativamente.
Pegando nesta última ideia, facilmente constatamos que o ensino público português vive dias de grandes tormentas e fragmentações, precisamente pela desenquadrada e pouco cuidada intervenção do ministério da educação. Professores transformados em burocratas que nas horas vagas que os papeis lhes concedem, lá vão dando umas aulas, alunos desmotivados para as novas disciplinas criadas e para as aulas de substituição, paralelamente uma ministra empenhada em diminuir o insucesso escolar e o abandono escolar precoce, através de esquemas e habilidades, defendendo-as com unhas e dentes no horário nobre das estações de televisão nacionais. Qual Luís de Matos!!!
Resultado? Manipulação da opinião pública. Senão vejamos: milhares alunos inscritos em cursos profissionais e cursos educação formação por este país fora, mas que nem sequer á aula de apresentação foram, no entanto, contam para as maravilhosas estatísticas apresentadas; e o crescente facilitismo, alunos que transitam desmesuradamente sem as competências básicas, aumentando o nível dos resultados escolares. Detalhes pouco importantes, quando comparados com os parâmetros de avaliação do corpo docente…
Opinião Pública, amigos… Basta-lhes ver uma folha cair, que logo pensam deter a verdade absoluta sobre que quadrante sopra o vento!

O melhor cartaz da Marcha da Indignação!




segunda-feira, 17 de março de 2008

“O Atrevimento da Ignorância…”

…cabelos curtos ou compridos, desalinhados ou esgadelhados, tatuagens do primeiro moicano, piercings na língua ou anzóis no sobrolho, pele negra, branca ou às riscas... mais parecidos ou menos parecidos com trabalhadores da Lisnave… de esquerda, de direita, com ou sem cor política, que acredita no maior dos Deuses ou simplesmente no Pai Natal! Obscuridades e desambiguações no contexto social, aos olhos de quem acredita que o diabo está nos detalhes, apelidando de hooliganismo a união de uma classe profissional cada vez mais desacreditada por alguns acéfalos, aproveitando ao mesmo tempo, para defender o seu pedaço de queijo junto de um qualquer lóbi político.
Dá-se voz a um qualquer, que desconhecendo por completo a realidade pela qual opina, dizendo-se da classe, vai debitando barbaridades: “Tenho vergonha destes pseudo-professores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações…”