terça-feira, 31 de maio de 2016

"Pai que estás a fazer? Não sei como te dizer!?


Certamente achas que o fazes para meu bem, mas não consigo deixar de me sentir estranho, incomodado, mal. Ofereceste-me a bola quando ainda estava a aprender a andar. Ainda não andava na escola quando me inscreveste no clube. Gosto de treinar durante a semana, brincar com os colegas e jogar ao domingo, com fazem os mais velhos.
Mas quando vais aos jogos... não sei. Já não é como dantes. Agora não me dás uma palmada quando o jogo acaba, nem me convidas para tomar qualquer coisa. Vais até à "bancada" pensando que são todos teus inimigos. Insultas os árbitros, os treinadores, os jogadores, ou outros pais...
Porque mudaste? Acho que sofres e não compreendo. Dizes-me que sou o melhor, que os outros não valem nada ao meu lado, que quem disser o contrário está enganado e que só ganhar é que conta.
O treinador que dizes que é incompetente, é meu amigo, foi ele que me ensinou a divertir enquanto jogo. O rapaz que no outro dia jogou no meu lugar... Lembras-te? Sim pai, aquele que criticaste durante toda a tarde, dizendo que "não serve nem para levar o saco das bolas". Esse rapaz é da minha turma, Na segunda-feira, quando o vi, fiquei com vergonha. Não quero decepcionar-te. Às vezes penso que não sou suficientemente bom, que não vou chegar a profissional e ganhar muitos milhões, como tu queres.
SUFOCAS-ME. Até já pensei deixar de jogar, mas... Gosto muito!
PAI, POR FAVOR, NÃO ME OBRIGUES A PEDIR-TE PARA NÃO VIRES VER OS MEUS JOGOS."
(Li este texto em vários locais, mas não consigo identificar o autor... por ter gostado muito, partilho...)